No último dia 31 de maio o Fórum Antirracista de São Bernardo do Campo denunciou o prefeito da cidade do ABC Paulista, Orlando Morando (PSDB) por racismo institucional na Organização das Nações Unidas (ONU). A gestão do tucano, que cumpre seu sétimo ano à frente da prefeitura, é acusada de desmontar serviços públicos de saúde, educação e assistência social destinados sobretudo ao povo negro da cidade, além de promover a discriminação e marginalização do referido setor da população a partir de outros fatos relatados.
Entre os pontos levantados pela denúncia está o iminente despejo do Projeto Meninos e Meninas de Rua de sua sede, que está em terreno da Prefeitura. O projeto, que busca dar apoio a crianças e adolescentes em situação de extrema vulnerabilidade social, funciona na cidade desde os anos 80 e, desde 1990 encontra-se no atual endereço. Além disso, a denúncia também aponta o fechamento de templos de religiões de matriz africana e a retirada das aulas de capoeira das escolas municipais.
No caso das aulas de capoeira, o Fórum Antirracista de São Bernardo alega que a prefeitura descumpre Lei 10.639 que obriga a qualificação de professores para o ensino de história e cultura africana e indígena nas escolas municipais. Além da não abertura de editais de capoeira e percussão nas escolas do município, a prefeitura ainda estimularia o ensino da língua italiana, completamente fora de conexão com a realidade brasileira. Em falas à imprensa, o próprio prefeito teria se declarado orgulhoso de sua ‘origem italiana’. “A atual gestão aplica um projeto nas escolas municipais que tem como objetivo ver a língua italiana sendo a segunda língua falada na cidade”, diz a denúncia do movimento negro.