Denise, servidora pública de Diadema há sete anos, procurou o portal SOBRE ABC para denunciar uma situação que, segundo ela, vem comprometendo o trabalho de dezenas de profissionais da saúde municipal.
No mês passado, a Prefeitura anunciou a alteração da forma de custeio do transporte para funcionários residentes fora do município. Em vez do pagamento direto em dinheiro, a administração municipal passou a adotar a distribuição de cartões e vouchers de transporte.
Contudo, conforme relatos, os créditos necessários ao deslocamento não foram disponibilizados até o momento, o que tem inviabilizado a presença de parte dos trabalhadores nos postos de trabalho.
“Eu moro no Guarujá, e somos pelo menos sete servidores nessa situação. Há ainda colegas que vêm de São Vicente e de outras cidades. Se tivermos que arcar com o transporte, o custo chega a R$ 120 por dia. É impossível pagar isso do nosso bolso”, lamenta Denise.
De acordo com a servidora, o problema teve início em 1º de julho, data estipulada para a transição do modelo de pagamento. Desde então, quem depende exclusivamente do benefício não tem conseguido se deslocar até Diadema.
Além do impacto direto na rotina dos profissionais, a situação também afeta o atendimento à população que depende dos serviços públicos de saúde. Muitos trabalhadores relatam preocupação com a possibilidade de que os dias não trabalhados sejam descontados dos salários, embora a ausência decorra, segundo eles, de circunstância alheia à própria vontade.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Diadema enviou nota informando que:
> “A administração esclarece que os servidores que ainda não receberam os créditos devem verificar se houve o cumprimento dos prazos e orientações descritas no decreto. A equipe de gestão de pessoas está disponível para esclarecimentos e regularização de pendências individuais. Em relação aos dias não trabalhados, a situação de cada servidor será avaliada individualmente, considerando os registros administrativos e as justificativas apresentadas, para que não haja prejuízo indevido.”
Enquanto aguardam providências, os profissionais afirmam que a situação é insustentável e aguardam uma solução urgente que garanta não apenas o direito ao transporte, mas também a continuidade dos atendimentos à população.